Tudo começou quando, por volta de 1996, a
socióloga e primeira dama da República Dona Ruth Cardoso encabeçou uma espécie
de movimento supra partidário para socorrer o Acre dos males que o atraso
político dominante, na época, relegava ao Estado os piores índices econômicos,
sociais e criminais do País.
Surgia no meio político oposicionista as
figuras da filha de seringueiros, Marina Silva, e os jovens irmãos Jorge e Tião
Viana, egressos de uma família de classe média de direita de papel histórico
pouco significativo na vida local.
Como uma espécie de embaixadora dos jovens
políticos locais Dona Ruth conseguiu as bênçãos do presidente Fernando Henrique
Cardoso, para que o grupo disputasse o senado e o governo local numa
articulação onde o PSDB, partido do presidente, quase se anulou diante do PT
representado pelos “meninos”- a maneira carinhosa que a socióloga tratava a
turma.
O resultado todos já conhecem. O que
deveria ser o surgimento de uma nova e moderna forma de governar, virou uma
outra forma de poder onde a panelinha familiocrata” transformou “os meninos” em políticos
retrógrados e com um currículo de processos criminais de dar inveja aos mais
tradicionais oligarcas da velha política acreana e brasileira.
A Marina foi aos poucos defenestrada do
esquema e hoje sobrevive bem longe dos interesse dos Viana.
Estes dominam o Estado com mãos de ferro,
pois tudo que prometeram ha 14 anos atrás não passou de uma maquiagem
governamental, com pequenos e insignificantes avanços, muito mais resultantes
de políticas públicas federais, do que de esforços e investimentos do Estado
Acreano.
Independente das fortes chuvas e enchentes
dos grandes rios amazônicos que cortam a terra natal de Chico Mendes, o Acre
vive num charco moral e político vergonhoso.
Obras que deveriam agregar infraestrutura
à região, como é o caso da BR 364, viraram verdadeiros dutos de corrupção, se
arrastando em meio a denúncias e escândalos que já são velhos conhecidos da
Controladoria Geral da União e Polícia Federal.
Inicialmente intitulados Governo da
Floresta, esse grupo nada fez para a preservação do meio ambiente e o maior
exemplo desse descaso é a morte anunciado do rio Acre, com altos índices de
contaminação. O lixo se espalha pela floresta sem que nenhum município do
interior tenha um aterro sanitário ou coisa parecida.
Esgotamento sanitário é palavrão para essa
turma que juntamente com a falta de planejamento urbano transforma Rio Branco e
os maiores municípios do Estado num amontoado de construções residenciais,
muito diferentes do que seriam cidades no sentido sócio cultural da palavra.
Tendo a demagogia como mantra, os Viana
fazem promessas cabeludas e irresponsáveis em todas as eleições. Na última, o
então candidato Tião Viana, num flagrante desespero para evitar a derrota,
prometeu construir um hospital só para evangélicos e calçar todos as ruas do
Estado em quatro anos. A idéia do hospital foi tão absurda que ele abandonou
sem mais explicações. A outra ele está, desesperadamente, tentando, através de
contratos de valores questionáveis, fazer um arremedo para enganar o povo. As
poucas ruas que estão recebendo pavimentação ficam sem esgotamento sanitário e
os dejetos correm pela drenagem fluvial, agravando ainda mais os problemas de
saúde pública.
É lamentável a situação que vive o povo
acreano nas mãos desses Viana. Governo medíocre e representação parlamentar
lamentável relega ao Estado à mesma situação deplorável de 14 anos atrás. Um
retrocesso de dar pena.
Médico de formação, o atual governador não
esta interessado em curar os males da sociedade e sim utilizar de paliativos
que tornam o doente dependente do remédio e assim freguês do tal “Dotô. Uma
velha receita da politicagem verde amarela.
As eleições municipais se avinham e o
povo, mais uma vez, terá a chance de mandar um recado para estes coronéis de
meia tigela, através das urnas e começar a mudar os rumos da sua história. Quem
viver, verá!
À propósito, neste fim de semana fui
visitar um grande amigo acreano que mora aqui em São Paulo há mais de 40 anos.
Natural de família humilde da região de Sena Madureira, ele é um bem sucedido
empresário do setor de alimentos. Entre uma conversa e outra, ele me perguntou:
tens notícias do Acre? E eu comecei a falar das denúncias e malandragens da
política local, quando ele me interrompeu.
- Ora, ora, ora,
não venha com novidades!
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