quinta-feira, 21 de março de 2013

Dilma prometeu e não cumpriu





Há pouco mais de dois anos, Dilma esteve na zona serrana do Rio de Janeiro, consolando as vítimas da tragédia que agora se repete, e prometendo oito mil casas populares e 1 bilhão em investimentos para prevenção e recuperção dos danos urbanos e ambientais.



E ai presidente???

quarta-feira, 20 de março de 2013

Dados das três ultimas eleições indicam que teto do PT é 47%


Diário de Pernambuco - 20/03/2013

Socialista e dois futuros oponentes: 2014 chegando
Presidente e dois prováveis oponentes: 2014 chegando
Ainda são raras as sondagens sobre intenção de votos para a corrida presidencial de 2014.
Por isso mesmo qualquer número que apareça tratando da popularidade da presidente Dilma Rousseff ganha realce e motiva reações eleitoreiras.
Possíveis concorrentes da presidente – pré-candidata à reeleição -, o governador Eduardo Campos (PSB) e o senador Aécio Neves (PSDB) se manifestaram.
Ambos tentaram minimizar os ótimos índices da petista, registrados na pesquisa CNI/Ibope, divulgada nesta terça-feira. Confira abaixo:
Aprovação de Dilma teve maior crescimento no Nordeste: 85%
O tucano afirmou que tudo é obra da publicidade oficial. Já o socialista disse não ver alteração em relação a pesquisas divulgadas anteriormente. E alertou para ninguém cantar vitória antes da hora.
Pois bem. Diante do “tô nem aí” que os dados da CNI provocaram, vale recordar o que César Maia (DEM), ex-governador do Rio de Janeiro, publicou em fevereiro no seu blog sobre pesquisas e corrida presidencial.
Num post intulado “Curiosidades das eleições presidenciais de 2002, 2006 e 2010! E lições para 2014!”, conclui que o PT tem como teto pouco mais de 40% dos votos, o que deixa margem para a ocorrência de segundo turno.
O teto vai ser o mesmo em 2014? É a grande pergunta que se faz e é para isso que Eduardo tanto trabalha: quer provocar o segundo turno e, para isso, precisa que Aécio e a ex-senadora Marina Silva se firmem no jogo sucessório.
As observações de César Maia indicam que as previsões das pesquisas sempre apontaram um petista na frente, mas invariavelmente indicando o segundo turno, o que acabou ocorendo nos três pleitos.
Eleição de 2002
A pesquisa mais antiga disponível no site do Datafolha, de dezembro de 2001, dava a Serra 11% das intenções de voto e a Lula 43%.
Na eleição, Lula teve 46,4% dos votos totais e Serra 23,1%. Garotinho entrou como tercius com 17,8%.
Eleição de 2006
Na pesquisa do Datafolha de dezembro de 2004, Lula tinha 44% e Alckmin 13% das intenções de voto.
Na eleição, Lula obteve 48,6% dos votos totais e Alckmin 41,6%%.  Não houve tercius. Heloisa Helena obteve 6,8%.
Eleição de 2010
Dilma mal aparecia nas pesquisas de 2009, pois estava sendo apresentada por Lula, pelo Brasil afora.
Na eleição, Dilma obteve 46,9% dos votos totais e Serra 32,6%. Houve tercius: Marina com 19,3%.
Conclusões
Coincidentemente, nas 3 eleições os petistas obtiveram no primeiro turno, em média, 47% dos votos totais. Coincidência? Ou teto para 2014?
Serra e Alckmin partiram de um patamar no entorno superior a 10%, e entraram no vácuo. Serra dobrou as intenções de voto e Alckmin triplicou.
Na eleição de 2006, com um candidato à esquerda, não houve tercius. Nas eleições de 2002 e 2010, quando o tercius foi  evangélico, tanto Garotinho quanto Marina ficaram no mesmo patamar: 17% e 19% sugerindo que é o voto conservador-cristão que ocupa um espaço significativo na eleição presidencial e não o voto de esquerda/ambiental/costumes.

segunda-feira, 18 de março de 2013

Frenesi do abaixo-assinado pela internet desafia a classe política


Petições atraíram mais de 3 milhões de brasileiros no último ano; organizações internacionais voltam suas atenções ao País

Estadão.com - março de 2013
Abramovay (à esq.), da Avaaz, entrega a senadores petição contra Renan Calheiros - Dida Sampaio/AE - 20/02/2013
Dida Sampaio/AE - 20/02/2013
Abramovay (à esq.), da Avaaz, entrega a senadores petição contra Renan Calheiros
Os números são superlativos e devem acompanhar o avanço da banda larga no País - hoje disponível para 30% dos brasileiros. Dois milhões assinaram uma petição para que a Câmara dos Deputados votasse o projeto da Lei da Ficha Limpa. Um milhão e 600 mil colocaram seu nome contra a eleição de Renan Calheiros (PMDB-AL) para presidir o Senado. Recém-eleito para presidir a Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, o pastor Marco Feliciano (PSC-SC) já é alvo de um manifesto pela sua destituição com 280 mil apoiadores.
O fenômeno virtual desperta desconfiança de setores da sociedade que temem que os abaixo-assinados online consolidem o "ativismo de sofá" e enfraqueçam formas tradicionais de protesto, como intervenções urbanas ou marchas em vias públicas.
Mas, para pesquisadores, a tendência é irreversível: a internet consolidou um novo espaço público para debate e formação de opiniões e, assim como provocou mudanças na cultura e na economia, também provocará transformações na política.
Para Pedro Abramovay, diretor de campanhas da Avaaz, ONG internacional de ativismo online que reúne 20 milhões de apoiadores, sendo 3 milhões brasileiros, o modelo tradicional de democracia representativa, com um voto a cada quatro anos, é insuficiente para dar conta de uma realidade na qual os cidadãos podem se conectar rapidamente em torno de um objetivo comum. "Tenho certeza de que a política nunca mais vai ser a mesma", afirma.
Abramovay cita como exemplo o ato de compartilhar uma petição no Facebook, para ele um comportamento "profundamente político" na medida em que a pessoa assume uma posição diante de seus amigos e abre espaço para contra-argumentos. "As pessoas passam tanto tempo na internet, ela é uma parte tão importante para nossas vidas, que considero despolitizador dizer que a política feita ali é menos importante", diz.
Atento ao fenômeno, o parlamento alemão desenvolveu sua própria plataforma oficial para que a população organize abaixo-assinados. Se a petição alcançar 50 mil apoiadores, os deputados são obrigados a discutir o tema. A Casa Branca, nos Estados Unidos, tem sistema parecido, o "We The People".
Lobby. A Avaaz é financiada por doações voluntárias e se define como uma ONG de defesa do interesse público, e não uma mera plataforma de petições. A entidade deleta abaixo-assinados que ferem seus princípios e aposta suas fichas em outros. Sua força vem da união dos manifestos com uma estrutura azeitada para fazer lobby. "A gente combina esse instrumento de petição online com uma equipe que tem acesso a parlamentares, que sabe fazer isso", diz Abramovay, ele mesmo um conhecedor dos meandros de Brasília: foi ex-secretário nacional de Justiça do governo Lula.
Na campanha contra Calheiros, a Avaaz visitou gabinetes de senadores e contratou uma pesquisa do Ibope, que apontou que 74% dos brasileiros seriam favoráveis à renúncia do alagoano.
Os pastores Silas Malafaia e Feliciano já avisaram que vão processar a ONG após terem petições a seu favor bloqueadas pela entidade. Contrariado, Feliciano organizou um manifesto em seu próprio site e reuniu 150 mil apoiadores. "Isso mostra que nossa atuação tem tido um efeito político grande", diz Abramovay.
Alternativa. Concorrente da Avaaz, a Change.org tem 23 milhões de usuários no mundo - sendo 400 mil brasileiros - e abriu seu escritório no País em outubro. A entidade não deleta petições, permite que duas campanhas com objetivos opostos coexistam na plataforma e afirma não fazer lobby.
"Não cabe à nossa equipe julgar o que é relevante ou não. Nossa política é confiar na transparência, para o bem e para o mal", afirma a diretora de campanhas Graziela Tanaka.
A organização é financiada pela venda de espaço em seu site para quem busca dar maior visibilidade à sua campanha, modelo similar ao adotado por Google ou Facebook.
Em dezembro, o Ministério Público do Estado de São Paulo hospedou na Change.org um dos primeiros abaixo-assinados promovidos por uma instituição pública no País. O manifesto, contrário à aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 37, que retira o poder de investigação criminal dos promotores, obteve 40 mil assinaturas.
"Se não atingir a imagem do político, ele não vai se mexer. Nesse ponto, os abaixo-assinados podem ter êxito", afirma o professor Jorge Machado, coordenador do Grupo de Pesquisa em Políticas Públicas para o Acesso à Informação da USP.
Ele alerta, no entanto, que as campanhas online tendem a cair no esquecimento com facilidade, pois estão intimamente ligadas ao impacto de uma notícia. "É diferente do que levar dois ônibus de manifestantes para a Câmara. Mas uma não exclui a outra", afirma.
Legislação. O senador Pedro Taques (PDT-MT) anunciou que apresentará, nos próximos dias, uma PEC para incorporar as petições online ao processo legislativo.
Batizado de Medida de Urgência Popular, o mecanismo pretende impor regime de urgência a projetos de lei que tiverem o apoio de um porcentual do eleitorado - o número exato ainda não foi definido.
"Precisamos criar um login cidadão para que as pessoas possam participar", diz Taques. Segundo ele, a Justiça Eleitoral seria responsável pelo desenvolvimento de um sistema online que garanta a autenticidade das petições.

quinta-feira, 14 de março de 2013

Por uma revolução na igreja, oremos!


RELIGIÃO

Por Ricardo Noblat

No início dos anos 70, dom Hélder Câmara, então arcebispo de Olinda e Recife, foi à Roma para uma audiência com o papa Paulo VI. Os dois eram amigos há mais de 20 anos. Ainda na condição de cardeal de Milão, Giovani Battista Montini visitara o Rio de Janeiro e fora ciceroneado pelo bispo auxiliar Hélder Câmara.
- Santidade, posso confiar ao senhor as minhas angústias? – perguntou dom Hélder segundo me contou de volta da viagem.
Paulo VI respondeu que sim. E dom Hélder disse o que agora resumo e reproduzo de memória:
- Santidade, por que a Igreja não volta às suas origens? Por que tantos palácios, tanta ostentação, tanta riqueza? Por que Vossa Santidade tem de viver como se fosse um rei?
O papa ouviu calado o desabafo de dom Hélder.
- Posso lhe dar um conselho, Santidade? Não me leve a mal. Mas abandone tudo isso. Acabe com essa pompa. Entregue as riquezas da Igreja para alguma entidade administrar. Ou então venda o que deve ser vendido e reparta o dinheiro com os pobres. Vá morar modestamente numa pequena igreja. E seja, antes de tudo, um pastor. Livre-se de tantos outros títulos que tem.
Quando dom Hélder se calou, Paulo VI pôs as mãos dele entre as suas e respondeu sem disfarçar a emoção:
- Como eu gostaria de poder fazer isso, dom Hélder! Como eu gostaria! Mas não posso Não posso.
Em artigo publicado em El País, Juan Arias, correspondente do jornal espanhol no Brasil, defendeu a volta da Igreja às suas origens e lembrou o que pretendia fazer João Paulo I – o Papa Sorriso -, que sucedeu em agosto de 1978 a Paulo VI para morrer depois de apenas 33 dias no cargo.
Eugenio Pacelli, o único romano eleito papa até hoje, escolheu o nome de Pio XII para governar a Igreja como se fosse um imperador. E assim o fez entre 1939 e 1958. Antes de morrer, distribuiu títulos de nobreza a seus parentes mais próximos.

Cardeal Montini e dom Hélder numa favela do Rio nos anos 50

Albino Luciani, ex-patriarca de Veneza, escolheu o nome de João Paulo I para governar a igreja como o pastor que sempre procurara ser, independente de seus títulos e posição. Na tarde que antecedeu sua morte, reuniu cardeais da Cúria e falou sobre seus planos.
Estava decidido, simplesmente, a ir morar num bairro operário de Roma, levando com ele os cardeais que desejassem ir. Reformaria a Cúria, organismo que administra a Igreja, e entregaria os palácios aos cuidados de uma organização internacional.
Uma das freiras que sempre acompanhavam o papa contou a Arias que ouviu os gritos dos cardeais trancados em uma sala com o papa discutindo o assunto. Na noite daquele dia João Paulo I foi dormir sem ver televisão como de costume. Preferiu ler um livro. Amanheceu morto.
Ainda se passará muito tempo para que se saiba por que Bento XVI renunciou ao papado – o primeiro pontífice a fazê-lo depois de quase 600 anos. Se é que um dia se saberá de fato as razões que o levaram a proceder assim.
Por sua formação, Bento XVI nada tinha de pastor. Era um intelectual. Nunca deu sinais de que cogitava mudar a orientação da igreja. Mas vai ver que ele não tinha a exata dimensão do mar de lama que corre por entre as alamedas bem cuidadas do Vaticano.
O que fará Francisco, o novo papa, quando terminar de ler a íntegra do relatório de pouco mais de 300 páginas que hoje está trancado em um cofre? Encomendado a três cardeais por Bento XVI, o relatório informa sobre a conduta nada imaculada de religiosos pelo mundo a fora.
Francisco atuará pontualmente para exorcizar as manifestações mais ostensivas do demônio? Ou será capaz de surpreender o mundo convocando um concílio para dar novo rumo à igreja? Ou se quedará fraco e acuado até seu pontificado chegar ao fim?
Não é mais jovem. Nem tem uma saúde de ferro.
Nenhum dos atuais cardeais se destaca como alguém esculpido para a tarefa de virar a igreja pelo avesso. De fazê-la se reaproximar do modelo de igreja concebido por seus fundadores.
Mas em 1958 quando Angelo Roncali foi eleito para suceder Pio XII, ninguém pensou que ele tivesse peito para fazer o que fez em cinco anos. João XXIII convocou o Concílio Vaticano II e deu a mais vigorosa sacudidela jamais sentida pela Igreja.
Foram necessários pelo menos três novos papas (Paulo VI, João Paulo II e Bento XVI) para desfazer o que João XXIII havia apenas começado.
Francisco é tão conservador quanto seus antecessores. Embora seja, tentará mesmo assim oxigenar a igreja?
A conferir.
Oremos por ele

sexta-feira, 8 de março de 2013

Prosperidade, filha da democracia



Por Sandro Vaia
Quem conhece os mistérios da alma humana? Quem é capaz de dizer por qual razão os entes políticos tratam as pessoas comuns como um bando de rematados idiotas?
A foto de Hugo Chávez todo coradinho ao lado de suas duas filhas lendo uma edição do Granma, obviamente plantada aí por um photoshop , nao difere em nada da foto do ditador Artur da Costa e Silva , de perfil, ao lado de sua mulher Yolanda, vendendo saúde depois de um derrame, ou da foto de Tancredo Neves como um ectoplasma, cercado por sua equipe médica alguns dias antes de morrer.
Querem nos fazer crer que os políticos são imortais? Uma hora ou outra eles acabam morrendo, como todo mundo, e quem tentou nos enganar sai de fininho como se nunca tivesse estado aí.
Pois aí está. Apesar de a multidisciplinar doutora Dilma ter-nos garantido, do alto de seus conhecimentos médicos, no dia 23 de fevereiro que “o quadro do presidente Chavez não é preocupante”, ele morreu porque imortal não era.
Não é decente nem digno festejar , como alguns fizeram nas redes sociais, a morte de um ser humano, por mais pecados políticos que se possam atribuir a ele. Também não é digno mentir às pessoas tentando esconder-lhes a verdade.

 

Não chega a ser indigno, mas é apenas patético,senão cômico, tentar atribuir o nascimento, a evolução e o desfecho da doença a fantasmagóricas intervenções externas de supostos inimigos, como se o vírus do câncer fosse uma arma química que um agente secreto pudesse carregar na mochila.
Chavez morreu, novas eleições serão realizadas na Venezuela dentro de 30 dias, e apesar de todas as incertezas o vice-presidente de um voto só, Nicolás Maduro, que conta com o apoio dos militares, deverá vencer sem muitos problemas.
Chavez estava no início de seu quarto mandato consecutivo e sua morte reavivou velhas discussões sem fim sobre se a Venezuela era uma democracia ou não e sobre se ele fez bem ao seu povo ou não.
Caudilhos são caudilhos exatamente porque são amados por seu povo, e são amados porque são carismáticos e distribuem benesses.
A democracia, nesses casos, principalmente na América Latina, passa a ser um enfeite de prateleira, e o desrespeito às formalidades democráticas se justifica, segundo seus defensores, por eventuais “avanços sociais” que venham a ser conseguidos.
O raciocínio “ad absurdum” que passa a vigorar é este: quer dizer que nao dá para conseguir “avanços sociais” sem sacrificar a democracia ? Estão aí as prósperas democracias do Ocidente para mostrar que essa é uma falácia.
A prosperidade, a equidade e as sociedades mais justas, são filhas da democracia e não do autoritarismo.

Sandro Vaia é jornalista. Foi repórter, redator e editor do Jornal da Tarde, diretor de Redação da revista Afinal, diretor de Informação da Agência Estado e diretor de Redação de “O Estado de S.Paulo”. É autor do livro “A Ilha Roubada”, (editora Barcarolla) sobre a blogueira cubana Yoani Sanchez. E.mail: svaia@uol.com.br

quinta-feira, 7 de março de 2013

Os comunas fazem questão de oprimir como um pesadelo o cérebro dos vivos


Por Reinaldo Azevedo - Veja


Os comunistas e esquerdistas de maneira geral são tão materialistas, mas tão materialistas!, que não se despedem deste mundo nem mortos. Nicolás Maduro, o presidente ilegal e ilegítimo da Venezuela, anunciou que o corpo de Chávez será embalsamado — “como o de Lênin”, ele foi claríssimo. As honras fúnebres durarão sete dias.

Que coisa! Alguns esquerdistas xexelentos de Banânia (os há não xexelentos?) dizem aqui e ali que a direita já foi muito melhor! Referem-se sempre, claro! a pessoas mortas — não sei se vocês entendem a sutileza de pensamento… Pode ser. Mas e a esquerda, hein? Tá bom! Nunca foi muito melhor, mas talvez já tenha sido menos pior, hehe.
Chávez embalsamado? O farsante cucaracha vem numa sequência de outras múmias homicidas, todas comunas: Lênin, Stálin, Kim Il Sung, Ho Chi Min, Mao Tse-Tung… Os vampiros morais ficam lá, expostos, com a sua face de cera. Curioso, não é?, quando nos lembramos que o comunismo é oficialmente ateu…
Como não recuperar as palavras quase iniciais de Marx em “O 18 Brumário”? Reproduzo:
“Os homens fazem a sua própria história, mas não a fazem segundo a sua livre vontade; não a fazem sob circunstâncias de sua escolha, e sim sob aquelas com que se defrontam diretamente, legadas e transmitidas pelo passado. A tradição de todas as gerações mortas oprime como um pesadelo o cérebro dos vivos. E, justamente quando parecem empenhados em revolucionar-se a si e às coisas, em criar algo que jamais existiu, precisamente nesses períodos de crise revolucionária, os homens conjuram ansiosamente em seu auxilio os espíritos do passado, tomando-lhes emprestado os nomes, os gritos de guerra e as roupagens (…)”
Notem: os líderes comunistas foram embalsamos no período ainda da Guerra Fria. Exceção feita à Coréia do Norte, onde Kim Il-Sung ainda é tomado como referência incontrastável e a quem se atribuem verdadeiros milagres, as outras múmias não são mais do que atração turística hoje em dia. Repetir, em pleno século 21, o embalsamamento de um líder para que sirva de objeto de culto dá conta da degradação intelectual e moral a que chegou a política na Venezuela.
Vejam estas três imagens.
 
Temos, acima, a múmia de Lênin (1870-1924) — que quase foi enterrada pela Rússia pós-comunista porque é caro demais mantê-la — e o mausoléu que a abriga. É relativamente modesto se comparado a outros (já chego lá). Na sequência, está o corpo embalsamado de Stálin (1879-1953). Ficou exposto ao lado do Lênin até fevereiro de 1956. Depois que Krushev denunciou seus crimes, durante o XX Congresso do Partido Comunista, a múmia foi retirada do Mausoléu e enterradao nos muros do Kremlin.
Vocês verão que, quanto mais mixuruca o líder comunista, mais suntuoso é o mausoléu. Abaixo, estão o corpo embalsamado do líder comunista vietnamita Ho Chi Minh (1890-1969) e o prédio que lhe serve de túmulo. Nesse caso, justiça se faça, a sua vontade foi contrariada. Manifestou expressamente o desejo de ser cremado. Mas os comunistas precisam de mortos para oprimir o cérebro dos vivos.
Embora o maoísmo propriamente tenha sido enterrado na China (mas não a tirania, que fique bem claro!), o corpo de Mao Tse-Tung (1893-1976) permanece exposto à visitação, igualmente abrigado num prédio gigantesco. Vejam abaixo.
Nada, no entanto, se compara ao que se fez com com Kim Il-Sung, o ditador da Coréia do Norte (1912-1994), pai de Kim Jong-Il, que morreu em 2011. Sung se foi aos 82 anos. Os norte-coreanos o deixaram com cara de 30. O mausoléu que abriga o corpo é o mais suntuoso de todos. Ou por outra: quanto mais mixuruca, mais prédio! Ao ex-ditador se atribuem virtudes do outro mundo. Ele seria capaz de mexer até com os elementos da natureza! O filhote assassino está alguns andares abaixo do corpo do pai no mesmo monumento. Seguem as duas múmias e o mausoléu.
A América Latina já viveu seu patético momento por causa de uma múmia — a de Evita Peron. Falo a respeito em outro post. Podem escrever aí: Chávez, ou seu corpo, pode inaugurar uma tradição na América Latina. Os populistas fazem questão de tiranizar o cérebro dos vivos.

segunda-feira, 4 de março de 2013

PT acua Eduardo Campos


COMENTÁRIO de Ricardo noblat - blogdonoblat.com.br


Se comprado apenas pelo que diz para divulgação, até que Lula parece bonzinho quando quer.
Lula quis parecer bonzinho em Fortaleza, na semana passada, ao responder perguntas sobre a hipótese de o PSB lançar Eduardo Campos, atual governador de Pernambuco, para concorrer à sucessão de Dilma em 2014. "Não podemos impedir as pessoas de fazerem o que é do interesse dos partidos", disse Lula, o cordato.
Foi adiante: "Defendo a liberdade incondicional de cada partido de fazer o que bem entenda. Se não fosse assim, o PT não teria chegado à presidência da República. Portanto, eu jamais tomaria qualquer atitude para impedir que um companheiro fosse candidato a presidente".
Do alto de sua experiência, sugeriu, bondoso: "O ideal é que a gente consolide as forças que estão mudando este país".
Por fim, elogiou o próprio Eduardo: "Ele é uma personalidade que pode desejar qualquer coisa que ele quiser neste país. O meu papel é fazer todo o esforço para que a gente esteja junto. Temos que construir uma aliança muito forte".


Eduardo apoiou Lula em quase todas as eleições presidenciais disputadas por ele. Lula só apoiou Eduardo para que ele se reelegesse governador.
No ano passado, Lula e Eduardo haviam combinado que o deputado Maurício Rands, do PT, seria o candidato dos dois a prefeito do Recife. O PT controlava a prefeitura há 12 anos.
Um dia, Eduardo ficou sabendo que Lula tinha entrevista marcada em uma emissora de rádio para anunciar a candidatura a prefeito do senador Humberto Costa (PT). Foi nessa ocasião que a boa relação entre os dois começou a ir para o buraco.
"Presidente, estou lhe telefonando da sala onde meu avô foi preso", começou a dizer Eduardo de uma das salas do palácio do Campo das Princesas, sede do governo de Pernambuco. Dali, no dia 31 de março de 1964, Miguel Arraes, governador do Estado, foi retirado sob a mira de metralhadoras. Os oficiais do Exército que o prenderam exigiram que renunciasse ao mandato. Arraes respondeu que jamais o faria.
Ao terminar de narrar o episódio a Lula, e de discutir a candidatura de Humberto, Eduardo acrescentou: "Não renuncio ao meu cargo. E ele me obriga a fazer o que for melhor para Recife e Pernambuco".
Lula ainda tentou negar que tivesse alguma entrevista marcada para anunciar o nome do novo candidato do PT a prefeito do Recife. A conversa que começara formal terminou azeda. Eduardo atraiu todos os partidos que apoiavam o PT e elegeu um prefeito do PSB.
Desde então, ele e Lula nunca mais se viram ou se falaram.
À Dilma, recentemente, Eduardo disse que somente no próximo ano o PSB se posicionará sobre a eleição presidencial. Adiantou que o partido tende a disputar a eleição com candidato próprio, mas que não poderia garantir que o fará.
Dilma foi hábil. E renovou seu desejo de contar com o apoio do PSB - seja no primeiro ou num eventual segundo turno.
De lá para cá tudo desandou.
O PT apertou Lula para que ele apertasse Eduardo. Lula apertou os irmãos Gomes (Cid, governador do Ceará, e Ciro) para que eles ameaçassem rachar o PSB.
Sem candidato forte ao governo de Pernambuco, o PT acenou para Fernando Bezerra Coelho, ministro da Integração Nacional por indicação de Eduardo. Fernando lançou uma nota de quatro linhas negando o aceno.

Eduardo sabe que Fernando quer sucedê-lo. E que poderá aderir ao PT.
Em 1986, então secretário de Estado do governo Roberto Magalhães, do PDS, Fernando largou o cargo para apoiar Arraes, candidato a governador pelo PSB. Em 2002, mudou-se para o PMDB e apoiou Jarbas Vasconcelos, que quatro anos antes vencera Arraes. Finalmente, em 2006, voltou ao PSB para apoiar Eduardo, candidato ao governo.
A ofensiva do PT contra Eduardo põe em risco duas condições essenciais à consolidação da candidatura dele a presidente: a unidade do PSB e a unidade das principais correntes políticas de Pernambuco.
Caso Fernando acabe no PT para disputar o governo, sua candidatura subtrairá parte da força da ampla coligação partidária que sustenta a ambição presidencial de Eduardo. Lula sabe disso. E por saber...
Marina Silva será candidata a presidente? Ela não é da base de apoio a Dilma. Não lhe tira votos.
Eduardo é da base de apoio e tira votos de Dilma. De resto, desmancha o cenário considerado ideal por Lula para ganhar outra vez: PT, apoiado por um monte de partidos x PSDB quase só.
Eduardo deixaria a base do governo na companhia de outros partidos. Nenhum partido parece disposto a trocar Dilma por Aécio.
Eduardo mete muito medo no PT. A pecha de direitista, privatista e anti-Lula não gruda nele. É preciso, portanto, sufocá-lo logo de saída. Todas as armas serão usadas para isso.

sexta-feira, 1 de março de 2013

Penas do mensalão serão executadas até 1º de julho, diz Joaquim Barbosa



  • Em entrevista à imprensa estrangeira, presidente do STF considera que são 'baixíssimas' as penas impostas aos réus


Joaquim Barbosa, presidente do STF
Foto: Ailton de Freitas / Agência O Globo

Joaquim Barbosa, presidente do STF Ailton de Freitas / Agência O Globo
O GLOBO - BRASÍLIA - O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Joaquim Barbosa, disse que as penas dos 25 condenados no processo do mensalão serão executadas até 1º de julho. Para o processo ser encerrado, ainda é necessária a publicação do acórdão, uma espécie de resumo das decisões tomadas ao longo do julgamento. Depois, os réus poderão recorrer das decisões e, só depois de julgados os recursos, poderá haver prisão – isto é, se os pedidos de revisão forem todos negados em plenário. A declaração foi dada nesta quinta-feira em entrevista concedida a agências internacionais de notícias.
- As ordens de prisão devem ser expedidas antes desta data - afirmou à imprensa estrangeira
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